Durante uma conversa de evangelização que estava fazendo, fui surpreendido por uma falta grave da parte de alguns integrantes da igreja. Quando falo igreja, refiro-me à todo o corpo de Cristo, mas em específico à igreja em que me congrego e a outras denominações pelas quais eu tenho acesso e conheço. Essa falta grave foi o descaso e o preconceito que determinados “crentes” direcionaram à pessoas que têm um estilo bem diferente quanto ao modo de se vestir e de ornamentar-se. O problema é que isso não aconteceu na rua ou de forma oculta e sigilosa, mas sim na própria igreja e de maneira clara.
Não quero detalhar a confusão que sucedeu, porém é necessário saber que essa atitude de acepção está cada vez mais forte e comum, enquanto deveria estar nula e esquecida. Atitudes de acepção, ao meu ver, revelam imaturidade e enfermidade na alma de quem procede com tal ignorância. O que eu acho interessante é o fato de que em pleno século 21, onde as pessoas e os discursos mais defendem e abordam o respeito à diversidade, mais as indiferenças e partilhas se estabelecem, sobretudo na Igreja.
Isso implica dizer que muitos “cristãos” esqueceram o que é amor e como usar e demostrar esse sentimento, já que se não amamos a nós mesmos, como vamos amar o nosso irmão? Se não amamos ao nosso próximo que vemos, como amaremos a Cristo que não vemos?
Lembremo-nos que Deus é amor, e nós somos templo e morada do Espírito Santo. Portanto, se dissermos que amamos a Deus, amamos o próximo também, e se o amamos, demonstraremos esse amor. O amor de Cristo é incondicional, nos constrange, nos amou primeiro, não olhou para nossas vestes, não olhou para cor, condição social ou beleza. Ao contrário de tudo isso, o Senhor olhou para a nossa condição de escravos do pecado, e nos libertou por meio do seu filho unigênito nos propondo a salvação.
Então por que vamos agir com preconceito, indiferença com os outros sujeitos, que são seres humanos como nós? Por que vamos reter a palavra de vida que está em nós para falar e agir de forma discriminatória? Jesus não veio para os sãos, mas sim para os doentes. E por andar com os pecadores e comer com eles, foi muito criticado por fariseus e escribas. Contudo, nada disso importa quando permitimos que Deus nos impulsione a abraçar e receber bem ao outro, independentemente de roupa ou qualquer outra coisa. Deus não olha para as vestes e sim para o coração. O propósito do Senhor para todo homem é de arrependimento e salvação. Por isso, se disponha a ser usado como um instrumento que viabilize o cumprimento do propósito de Cristo na vida dos homens. Ame, respeite, cuide, ensine, consolide, se importe, ouça, faça a sua parte, e o Senhor te recompensará.
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